“Planejamento Estratégico, Operacional e o Orçamento Empresarial” – por Guilherme Scheuermann
Gostaria de iniciar este artigo lhe fazendo alguns questionamentos: é possível planejar e estabelecer metas quando não há um objetivo claro e específico? Por que você faz o que faz? Quais são as suas motivações, objetivos e sonhos? Refletir sobre estas questões é fundamental para definir seus próximos passos. Conforme Sêneca, “não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir”!
A partir da reflexão, pode-se concluir que é muito importante saber onde se pretende chegar para planejar o caminho a percorrer. Neste contexto, a realidade dos empreendimentos não é diferente da vida pessoal, nas empresas também há a necessidade de definição de um propósito. Os anseios, objetivos e valores pessoais dos sócios são traduzidos na missão, visão e valores do empreendimento tornando-se as premissas básicas que nortearão o planejamento estratégico.
Entende-se que é no planejamento que são estabelecidas as ações da empresa com o objetivo de aumentar a competitividade da organização para o alcance de seus propósitos. Para Kwasnicka (2012), a intenção destas projeções está em traçar ações a serem desempenhadas para que seja possível ter vantagens competitivas perante seus concorrentes. Conforme Nogueira (2014) esse é motivo pelo qual a organização precisa manter seus olhos atentos ao mercado, ao cenário econômico, social, político e as preferências de seus clientes.
No planejamento operacional, ocorre à determinação dos recursos necessários para o cumprimento dos objetivos. Trata-se de um processo importante que determinará o êxito da gestão estratégica. Padoveze & Taranto (2009, p.3) definem orçamento como “[…] o ato de colocar a frente aquilo que está acontecendo hoje. Mais especificamente, é a expressão quantitativa de um plano de ação que se caracteriza como um modelo de programação de atividades”.
Portanto, pode-se definir orçamento como “[…] uma técnica de alocação eficiente de recursos e que tem como principal objetivo permitir realizar o plano estratégico da empresa com um mínimo de esforço”. Consiste em demonstrar de forma numérica o que os acionistas da empresa determinaram através do planejamento estratégico (SÁ, 2014, p.1).
Já imaginou se você pudesse ver com antecedência os resultados obtidos com algumas mudanças postas em prática? Antes de qualquer coisa, é importe salientar que não há como prever com 100% de certeza o que acontecerá a partir de mudanças estratégicas. Porém, pode-se gerenciar somente àquilo que é medido. Logo, o fato de quantificar o planejamento da empresa e verificar os resultados contribui para corrigir as rotas em tempo hábil e chegar o mais próximo possível das expectativas.
No decorrer do caminho é necessário acompanhar os números realizados e compará-los aos projetados, isso ajudará a identificar custos e despesas elevadas ou desnecessárias. Também, é possível projetar mais de um cenário e traçar ações de correção de rota com mais facilidade quando o desempenho não estiver de acordo com o esperado.
Da mesma forma que ter propósito claro e definido é necessário para realização de suas metas pessoais e também dos empreendimentos em geral, a utilização do orçamento também pode contribuir com o controle dos gastos pessoais e familiares. Pequenos ajustes e adaptações são necessários, mas a utilização e finalidade são as mesmas.
E então, quais são os planos para 2018? Ampliar a fábrica, construir um centro de distribuição, expandir as vendas, quitar dívidas, trocar de carro, comprar uma casa, realizar a viagem dos sonhos, ter filhos… Enfim, indiferente de quais sejam os seus objetivos, analise suas receitas e a maneira como utiliza os recursos, seu propósito o ajudará a definir as prioridades. Esse é o ponto de partida para a elaboração das metas e do orçamento.
Referências Bibliográficas
KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à administração. 6. ed. 8ª Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2012.
NOGUEIRA, Cleber Suckow. Planejamento Estratégico. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2014.
PADOVEZE, Clóvis Luis. TARANTO, Fernando Cezar. Orçamento Empresarial: novos conceitos e técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
SÁ, Carlos Alexandre. Orçamento Empresarial: novas técnicas de elaboração e de acompanhamento. São Paulo: Atlas, 2014.
Guilherme Scheuermann é Contador, Especialista em Finanças e Controladoria, concluindo Especialização em Docência na Educação Profissional e aluno do curso de Mestrado em Sistemas Ambientais Sustentáveis da Univates.
Trabalha na Contabilidade da Costaneira Arno Johann S/A, empresa do segmento varejista de materiais de construção, proprietário da Scheuermann Consultoria Empresarial e professor na Escola Lume Centro de Educação Profissional.