Pesquisa compara o nível de discriminação sofrido pelo público LGBT em empresas
“Discriminação no mercado de trabalho nas empresas de Arroio do Meio e Encantado”, foi o tema estudado por Marciano Stramari, formado do curso Técnico em Administração, no Trabalho de Conclusão de Curso (tcc).
De acordo com ele, o assunto surgiu após perceber que o preconceito está presento em qualquer espaço físico e em toda a parte. “Infelizmente sempre existiu desde a antiguidade. Eu só comecei a olhar mais atentamente para este tema no ensino médio, pois foi uma fase onde tive uma visão mais ampla da humanidade, ou seja, das pessoas e todos os inúmeros problemas que as cercam. A classe LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) era e continua sendo alvo de intensos pré-conceitos, onde a intolerância, o ódio e a ignorância prevalecem”, explica.
O morador de Encantado, fez um embasamento do trabalho por meio de pesquisa bibliográfica. Aprofundando e buscando informações sobre a homossexualidade e, também, através de artigos científicos. “Existem muitas teses defendendo que as pessoas nascem assim, pré-dispostas a ter atração pelo mesmo sexo”, conta.
Após, ele aplicou um questionário para quatro colaboradores e dois administradores de quatro empresas escolhidas, sem o contato direto com cada participante, para entender quais as causas de todo esse preconceito e o que cada organização e cada indivíduo pode fazer para que isso se transforme. “Foram feitos dois modelos específicos. Um individualizado para os gestores das empresas e um para os colaboradores. Apesar do receio dos entrevistados em participarem da pesquisa mostraram-se dispostos à auxiliar, pois assim estão auxiliando à si mesmos, ou seja, em causa própria, pela luta dos seus direitos LGBT`s, tanto internamente em uma organização por um convívio mais humanizado dentro dos setores de trabalho, como na vida particular”, relata.
Apesar da dificuldade em se comunicar com o grupo em estudo, “por meio das respostas eu consegui “sentir”, perceber o dia a dia de cada um”, revela.
Por fim, Stramari concluiu que ainda há muitas mudanças a serem feitas e que um dos principais quesitos para reduzir o preconceito, é com a educação fornecida pelos pais dentro do ambiente familiar, assim como nas escolas onde também os educadores desempenham semelhantemente esse mesmo papel. “Estes devem ensinar valores como o respeito, a tolerância e a aceitação pelo diferente. Consegui levar para outras pessoas que o amor não escolhe gênero e que independente de a pessoa ser gay ou não, não desmerece suas qualidades perante à qualquer profissão”, ressalta.
Para ele, realizar o trabalho foi engrandecedor apesar dos obstáculos. “Amadureci como ser humano, pois vivenciei como é a realidade de um profissional LGBT dentro de uma empresa. Todas as suas dificuldades, muitas vezes ele passa por essas situações sem falar nada por medo de perder o emprego”, acredita.
Além disso, por meio do tcc pode notar que cada pessoa tem “uma personalidade, um jeito, uma forma diferente de pensar e se relacionar para com as outras. Eu acredito que quando temos respeito por essas diferenças tudo flui melhor, é assim numa relação de trabalho entre chefe, colaboradores e colegas”.
Segundo Stramari, “a realização do curso fez com que eu me desenvolvesse como pessoa. Essa foi uma das melhores coisas que me aconteceram. Conheci pessoas, profissionais e amigos (as) incríveis que levarei para todo o sempre. Adquiri conhecimento sobre as mais diversas áreas que a Administração abrange, onde posso aplicar no meu trabalho e na minha vida pessoal, a exemplo desta pesquisa. Tudo isso através da LUMECEP”, relata.
Ele afirma, ainda, que pretende avançar caminhos junto à escola. “Uma escola que evoluiu com o passar do tempo e continua se reinventado para oferecer o melhor para os veteranos e aos novos alunos que chegam. Uma instituição importante para Encantado, cidades vizinhas e região alta do Vale, que oferece um ensino técnico eficaz e de qualidade”, destaca.