LUMECEP estimula a inclusão social
O tema da redação do Enem 2017 foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. O assunto surpreendeu alunos e professores e retomou a discussão sobre a inclusão. O Plano Nacional de Educação tem, entre suas metas, a universalização do acesso à educação básica para a população entre 4 e 17 anos com deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino. A meta parte do princípio de que a formação escolar é direito de todos e todos devem se desenvolver e aprender juntos.
No entanto, o sistema educacional brasileiro está longe de ser inclusivo e a preocupação não é apenas com o ensino, mas também com a acessibilidade nos estabelecimentos. Preocupada com isso, a Lume Centro de Educação Profissional, que inaugurou seu novo prédio em 2015, já adaptou toda a estrutura para dar oportunidade aos alunos portadores de necessidades especiais. O local possui rampa de acesso, elevador e banheiros adaptados. Além disso, na área pedagógica, a Escola está com a segunda turma do curso de libras em andamento.
Além de ser a mais popular forma de comunicação entre as pessoas surdas e ouvintes, as aulas de libras auxiliam na inclusão dos portadores de necessidades especiais na sociedade. A professora de libras da LUMECEP, Indiara Caroline Rigatti, ficou surpresa com o tema da redação. “A inclusão é complicada, porque os surdos não conseguem se adaptar na sala de aula, pois falta intérprete de Libras, professores de Libras e falta comunicação em Libras. Minha experiência de inclusão foi uma grande luta quando estudei em escola regular, pois não tinha intérprete, não tinha Libras, só gesto e aula oralizada. Mas aprendi muito. Atualmente sou formada de Pós – Graduação e realizarei o Mestrado”.
Outro exemplo de inclusão é a aluna Eveline Gomes Da Broi, que é cadeirante. Apaixonada por animais, ela encontrou na LUMECEP uma oportunidade para adquirir mais conhecimentos na área veterinária. “Eu amo animais e desde pequena sempre quis ser veterinária, mas por não ter o curso no Vale do Taquari, nunca pude fazer. Quando soube que Lume estava proporcionando o curso de Auxiliar Veterinário, achei que era uma oportunidade. Até o momento o curso está sendo muito produtivo e com certeza pretendo utilizar estes conhecimentos”.
O sonho de Eveline está se tornando realidade, graças às adaptações que a Escola realizou. “A escola tem rampa e isso facilita muito. Se não tivesse, certamente eu não poderia estar fazendo o curso. Este foi um dos fatores que interferiram a minha escolha pela Lume”.
Entretanto, para Eveline estar completamente realizada, a infraestrutura da cidade ainda precisa evoluir. “As dificuldades são muitas, pois Encantado não está preparada para as pessoas com deficiência, seja física ou qualquer outra deficiência que uma pessoa possa ter. As maiores dificuldades que eu encontro no meu dia a dia são as calçadas mal conservadas e locais públicos com falta de acesso (rampas e elevadores). Quando me refiro a lugares públicos estou falando também em lojas, bares, restaurantes, etc”, explica Eveline.
Da mesma forma que Eveline enfrenta seus obstáculos todos os dias e continua perseverante na realização de seus sonhos, a aluna Janaina Bueno Caminha, que cursa o Técnico em Administração, também é um exemplo de superação. Logo após o nascimento, que ocorreu antes do tempo, Janaina foi levada para a incubadora para ganhar peso. Neste período foi exposta a luz, sem proteção nos olhos. Isso prejudicou a retina, gerando dificuldade visual. Em virtude disso, a dedicação dos colegas e professores durante as aulas funciona como um estímulo para ela dar continuidade às suas metas.
“Já pensei sobre como as pessoas normalmente veem o mundo, mas em nenhum momento me senti frustrada ou desmotivada, sempre me conheci como pessoa e sei que tenho talento, então me orgulho de mim mesma. Na Lume todos são atenciosos, e as aulas são bem explicadas, tudo o que é escrito no quadro é também transmitido em forma de fala, assim sou capaz de acompanhar sem problemas, e em caso das dúvidas eles me auxiliam”.
Janaina adora fazer desenhos no estilo Mangá (desenho Japonês) e é muito elogiada pelas suas obras. Segundo ela, o aperfeiçoamento que está tendo na LUMECEP, faz com que ela saia da zona de conforto e melhore ainda mais no seu aspecto profissional e pessoal.
Texto: Portal Região dos Vales